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Texto do Livro a Parábola do Croissants



A PARÁBOLA DO CROISSANT


Numa Viagem de automóvel para o Rio de Janeiro, conversando com um jovem instrutor Daniel De Nardi, na época com 18 anos de idade, descobrimos a Quarta Característica do Swásthya Yôga.

A questão era: por que é que algumas escolas fazem tudo certo, observam rigorosamente as três principais características e, ainda assim, quando as visito constato que lá não se faz Swásthya?

Dani em sua perspicácia juvenil, matou a charada:

- É que as três características são técnicas, mas se o público não for a matéria prima adequada a fórmula não produz SwáSthya nem mesmo heterodoxo. Sai um híbrido qualquer.

E assim surgiu a Parábola do Croissant, para as pessoas compreenderem que não adianta utilizar os procedimentos certos se a matéria prima é inadequada para a finalidade proposta.

“Certo dia, um brasileiro passeando pelos Champs Elisées, e Paris, sentiu um aroma delicioso no ar. Com a fome típica de um turista, foi cativado pelo cheiro irresistível de uma boulangerie. O brasileiro entrou na boulangerie e perguntou que aroma era aquele. Eram croissants quentinhos saindo do forno. O turista comeu um, dois, três... e chegou à brilhante conclusão de que seria um ótimo negócio abrir uma representação da boulangerie em sua cidade, lá no Brasil.

Mandou chamar o dono da loja e lhe expôs sua intenção. O boulanger gostou da idéia de ter uma representação naquele país exótico. Depois das formalidades de praxe (namoro, noivado e casamento) firmou contrato mediante um preço e condições estritas. Só então, ensinou seus segredos.

- Estes são os ingredientes: para cada lote de dez croissants, reúna 250 gramas da melhor farinha de trigo; 50 gramas de açúcar não refinado; 125 gramas de manteiga; 20 gramas de fermento de pão; 120ml de água; mia colher da de café de sal. Misture desta forma, descanse este tempo, abra assim, dobre desta forma e ponha no forno a 230 graus centígrados por exatos 15 minutos. Compreendeu? Ótimo. Então agora faça um lote na minha frente para conferir.

E como deu certo, o turista voltou para a sua cidade, Blumenau, em Santa Catarina, e montou uma legitima boulangerie francesa especializada em croissants. Mas foi um fiasco. Ninguém gostou dos croissants e a empresa estava em vias de falir. Os clientes reclamavam que aquele pão era duro e sem gosto. Como o contrato previa que o representante poderia pedir consultoria ao boulanger mediante um honorário mais despesas, o francês veio, bem entusiasmado, conhecer esta terra tropical, de carnaval e capoeira.

Chegando na cidade do desditado empreendedor, o francês teve logo uma surpresa. Esperava encontrar mulatas e samba, mas encontrou loirinhas e polca. Contudo, ciente de que alguns países inadvertidamente constroem para si uma imagem falsa, assimilou a explicação de que o Brasil não é um país e sim uma confederação de nações denominadas estados. Tocou para frente e pediu que o aprendiz de feiticeiro, oops, de boulanger reunisse os ingredientes. Estavam nas medidas certas. Pediu que ele operasse a feitura dos croissants. Tudo impecável. Temperatura do forno, perfeita. Quinze minutos depois, saíram do forno umas coisas que tinham a aparência de croissants, mas não eram macias, nem crocantes, nem cheirosas. O boulanger provou e cuspiu fora.

- Qu´est-ce que vous faites, M´sieur? Iste não é crroissant!

Mas a formula está correta, as quantidade exatas, a temperatura do forno perfeita. Está tudo tecnicamente certo. Por que não saiu croissants?

- Vam´s verr. O Senheur utilizou a melhorr farrinha de trrigo, igual à que eu recomendei?

- Bem.. não, porque na minha cidade, aqui no interior do Brasil, não existe tal farinha. Eu usei a que havia.

-Então, não vai conseguirr fazerr crroisant. ”

Na verdade, a farinha de excelente qualidade existe, sim, na cidade do brasileiro. Aliás, ela existe em praticamente qualquer lugar, mas é mais cara. E o empresário tupiniquim, em seu paradigma de economia, não achou que fosse negócio investir na melhor farinha.

Da mesma forma como não se consegue fazer croissants com farinha errada, também não se consegue produzir SwáSthya com um público inadequado. A desculpa de alguns Diretores é a de que na sua cidadenão há o público perfil. Não é verdade. Esse público existe em quase todos os lugares. Porém é mais caro chegar a ele. Por isso, alguns Diretores se contentam em trabalhar com o público errado. Confio em você e sei que não medirá esforços para que a nossa mensagem atinja o público certo. Tenha uma boa decoração, uma equipe perfil, faça uma boa propaganda e aplique o primeiro filtro.


DeRose

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